O QUE É A VERDADE?
perguntou Pilatos, e o tom de sua voz inferiu que em vão se buscaria essa qualidade. Se não houvesse um meio de chegar ao conhecimento de Deus, do homem e do mundo, Pilatos então teria razão. Mas não há razão de andar às apalpadelas nas dúvidas e no ceticismo, porque existe um livro — as Sagradas Escrituras — que "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2 Tim. 3:15).
1. Essa revelação é desejável.
O Deus que criou o universo só pode ser um Deus sábio, e um Deus sábio certamente terá um propósito para suas criaturas. Negligenciar esse propósito é loucura e contrariá-lo constitui pecado. "Mas, como se verifica com certeza o propósito divino? A história prova que os homens chegam a conclusões muito diversas e muitas pessoas não chegam a conclusão nenhuma! A experiência demonstra que esse problema não se resolve somente pelos estudos.
Alguns não dispõem de tempo suficiente, e outros, ainda que tenham o desejo, não possuem a habilidade; mesmo que alcançassem êxito, suas conclusões seriam alcançadas lentamente e com grande desconfiança. Os sábios são capazes de levantar escadas de pensamentos no esforço de alcançarem as verdades celestiais, mas a escada mais elevada ainda estaria muito aquém da necessidade. "O mundo pela sabedoria (filosofia) não conheceu a Deus." As verdades que informam o homem como passar da terra para o céu devem ser enviadas do céu à terra. Em outras palavras, o homem precisa de uma revelação.
2. Essa revelação é de se esperar.
A natureza é a revelação de Deus que se alcança pela razão. Mas quando o homem está algemado pelos seus pecados e sobrecarregada a alma, a natureza e a razão são impotentes para esclarecer e aliviar a situação. Vamos permitir que os homens da razão testifiquem. Disse Kant, um dos maiores pensadores de todos os tempos, acerca dos cristãos: "Fazem bem em basear a sua paz e piedade nos Evangelhos porque somente neles está a fonte das verdades profundas e espirituais, depois de a razão haver explorado em vão todas as possibilidades."
Outro físico de renome, Hegel, quando estava no leito de morte, não permitiu que se lesse nenhum outro livro para ele a não ser a Bíblia. Ele disse que no caso de se prolongar a sua vida ele faria desse Livro o seu único estudo, pois nele encontrara o que a razão não lhe pudera proporcionar. Se existe um bom Deus, como cremos, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo. Assim escreveu David S. Clarke:" não podemos crer que um pai se oculte para sempre de seu filho, sem nunca se comunicar com ele.
Nem tampouco podemos imaginar um Deus que retivesse o conhecimento do seu ser e de sua vontade, ocultando-o às suas criaturas que ele criara à sua própria imagem. Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das coisas. Será que ele ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo? A mitologia egípcia antiga conta a história da fabulosa Esfinge que propunha enigmas aos transeuntes e como os matava quando não lhe podiam decifrá-los.
Não é de crer que um Deus amoroso e sábio permita que o homem pereça por falta de conhecimento, perplexo diante do enigma do universo.E o Dr. Hodges escreve: "A inteligência divina nos leva a crer que Deus tenha adaptado os meios ao fim, e que ele, enfim, coroará essa natureza religiosa com uma religião sobrenatural. A benevolência de Deus nos conduz a esperar que ele solucione a grave perplexidade e evite o perigo para as suas criaturas. A justiça de Deus nos conduz à esperança de que falará ele em tons claros e com autoridade à nossa consciência."
3. Essa revelação deveria estar de forma escrita.
É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro. Como disse o Dr. Keyser: "Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração a geração. A memória e a tradição não merecem confiança. Portanto, Deus agiu com a máxima sabedoria e também dum modo normal dando ao homem a sua revelação em forma de livro.
De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter ele entregue aos homens um ideal infalível que estivesse acessível a todos os homens e que continuasse intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma norma de fé e prática." É razoável concluir que Deus inspirasse os seus servos a arquivarem essas verdades, verdades que não poderiam ser descortinadas pela razão humana. E, finalmente, é razoável crer que Deus tivesse preservado, por sua providência, os manuscritos das escrituras bíblicas e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no cânon sagrado somente os livros que fossem divinamente inspirados.
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